TRILHAR NO BRASIL

Amigos da Região Metropolitana da Baixada Santista que se reúnem para percorrer trilhas, explorar novos caminhos, aprendendo, admirando e ajudando a proteger o ecossistema da Mata Atlântica da nossa região.

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quarta-feira, 28 de março de 2012

AVES OBSERVADAS NO CANAL DE BERTIOGA
 
Biguá
Garça-branca-gr
Garcinha
Socó-dorminhoco
Socózinho
Socó-grande
Urubu-cabeça-preta
Urubu-cabeça-verm
Pato-do-mato
Carrapateiro
         
Martim-pescador
Martim-pescador-pq
Guache
Tiê-sangue
Saíra-sapucaia

OUTRAS AVES:

Pombo-doméstico (Columba livia) , Asa-branca (Columba picazuro), Guaracava (Elaenia flavogaster), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), Cambacica (Coereba flaveola), Sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca), Figuinho-do-mangue (Conirostrum bicolor), Mariquita (Parula pitiayumi), Chopin (Molothrus banariensis), Tié-sangue (Ramphocelus bresilius) Sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca), Andorinha-pequena (Notiochelidon cyanoleuca).
CANAL DE BERTIOGA
O complexo estuário do Canal de Bertioga está localizado no litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil. É delimitado pelo continente e pela Ilha de Santo Amaro ao longo de seus 24km de extensão (ver a mapa). Sua desembocadura sul se liga ao complexo estuarino de Santos e ao mar aberto. Sua desembocadura norte, conhecido como Barra de Bertioga é quase uma segunda conexão entre o oceano e o complexo estuarino de Santos. (Miranda et al. 1998).
 
 
Localização do Canal de Bertioga
 
As espécies vegetais, que ocorrem junto às desembocaduras e ao longo dos rios onde há influência das marés são denominadas de mangues. Esta formação se estabelece sobre o solo arenoso barrento, rico em matéria orgânica. As espécies que nela ocorrem estão adaptadas essencialmente a dois fatores do ambiente: teor salino e carência de oxigênio, determinada pela constante saturação do solo pela água do mar.
 
São inúmeros as gamboas no Canal de Bertioga
 
Estes ambientes funcionam como fixadores, além de possuírem a função de filtros biológicos e serem os primeiros elos de um riquíssimo ecossistema marinho, um criadouro natural.

Existem três espécies distintas representadas na região: O mangue branco, o mangue preto, que desenvolveram sistemas de raízes de onde surgem ramificações, conhecidos como pneumatóforos. O mangue vermelho possui raízes que nascem de várias alturas do tronco para dar apoio à árvore. Essas raízes, chamadas escora, ao atingirem o solo ramificam-se para melhor absorção de nutrientes e também apresentam lenticelas que são pequenas aberturas na casca externa das plantas lenhosas, com as bordas reviradas e bem visíveis, que permitem as trocas gasosas.
 
 
 
Mangue-preto
Mangue-vermelho
Mangue-branco
 
O mangue vermelho consegue desenvolver um sistema reprodutivo dos mais eficientes neste ambiente, onde os embriões não ficam em vida latente nas sementes, mas iniciam e continuam seu crescimento enquanto elas ainda permanecem na planta mãe, desprendendo-se desta quando a nova planta já está formada ou consideravelmente desenvolvida.

É da casca do mangue vermelho que os nativos retiram o Tanino, substância avermelhada utilizada para curtir couro e redes de pesca. Em Bertioga, encontramos cerca de 1600 hectares de mangue razoavelmente preservadas.

SAÍDA DE CAMPO
Foi num dia de muito sol e céu azul que iniciamos nossa saída de campo para o grande e complexo estuário do Canal de Bertioga. No começo, passamos pelo Porto de Santos, seguindo em direção à entrada do Canal de Bertioga. Tudo o que se vê ali é uma paisagem alterada, cuja avifauna se resumo a centenas de pombos-domésticos (Columba liavia) e alguns quero-quero (Vanellus chilensis). As águas do estuário são pontilhadas com manchas de óleo e agitadas devido à constante passagem dos navios.
Porém, logo que se passa por debaixo da ponte entre Vicente de Carvalho e a Área Continental de Santos, é como se entrássemos em outro mundo: um largo canal de águas calmas que refletem o azul do céu e o verde dos poucos manguezais ainda bem conservados da Ilha de Santos Amaro. Por todo o longo percurso (cerca de sete quilômetros), contamos com a companhia de biguás (Phalacrocorax brasilianus), garçinhas-azuis (Egretta caerulea), garças-brancas-pequenas (Egretta thula) e garças-brancas-grandes (Ardea alba).
 
 
Jovem Biguá
Garça-branca-grande
 
Em dado momento, saímos do grande canal para entramos numa das inúmeros gamboas, que são nada mais que entradas de água, pequenos braços do canal. Ali, nosso barco avançou devagar para não encalhar nos bancos de lodo nem bater em troncos caídos. Pudemos contemplar a beleza ímpar das árvores de mangue nas margens. Em alguns galhos, pendiam ninhos coletivos do guaxe (Cacicus haemorrous). Esta espécies costuma fazer seus ninhos sobre a água, para evitar o ataque de predadores terrestres
 
 
Gamboa
Ninhos coletivos do guaxe
 
A gamboa terminava numa espécie de trilha interativa do manguezal, onde havia uma passarela de madeira. Excelente maneira de se observar o manguezal.
 
 
 
Trilha interativa
 
Canal de Bertioga
 
 
Novamente no Canal de Bertioga, tivemos a surpresa de encontrar a maior garça da região, o socó-grande ou maguari (Ardea cocoi). Com seu vôo lento cruzou o canal, refletindo a magnitude de suas grande asas na água espelhada. Um pato-do-mato (Cairina moscacha) atravessou o canal, de uma maneira totalmente diferente do socó-grande: pesado, batendo as asas rapidamente e esforçando-se para levantar vôo. É uma espécie curiosa, sendo provavelmente o primeiro pato a ser domesticado no Brasil
 
Laboratório de Pesquisa Ambiental da Prefeitura de Guarujá
 
Não pudemos deixar de visitar o Laboratório de Pesquisa Ambiental da Prefeitura de Guarujá, uma casa no mínimo pitoresca, já alguns anos desativado, flutuando sobre as águas. Chegamos ao ponto onde o canal de Bertioga deságua do mar, e os fortes São João e São Felipe.
Na volta, um martim-pescador-pequeno (Cloroceryle americana), um dos menores Martins-pescadores do Brasil, passou voando perto do barco, para pousar numa das raízes expostas do mangue. Do alto da mesma arvore, o maior dos martins-pescadores, o Martim-pescadore-grande (Ceryle torquata) observava o Canal de Bertioga, vigiando seu território..
Devíamos observar e vigiar melhor o Canal de Bertioga, e manter para sempre conservado um dos últimos grandes estuários da Baixada Santista.

Mais informações sobre Manguezais no nosso site, link: Meio Ambiente: Manguezais/Floresta.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CETESB, 1991. Avaliação do estado de degradação dos ecossistemas da Baixada Santista. Relatório Técnico, junho/91, 45p.
Herz, R., 1987. Estrutura física dos manguezais da costa do Estado de São Paulo. In: Simpósio sobre Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira, Cananéia, 1987. Publ. ACIESP 54,. v.2, p.117-137.
Lacerda, L.D., 1984. Manguezais: floresta de beira-mar. In: Rev. Ciência Hoje, v.3, nº 13, p. 63-70.
Maciel, N.C., 1989. Manguezal. In: Eng. Ambiental, ano 2 nº5, janeiro/89, p 31-36
Schaeffer-Novelli, Y., 1989. Perfil dos ecossistemas litorâneos brasileiros, com especial ênfase sobre o sistema manguezal. Public. Especial do Inst. Oceanog., São Paulo,(7):1-16.
Schaeffer-Novelli, Y. & Cintrón, G., 1986. Guia para estudos de áreas de manguezal: estrutura,
função e flora. São Paulo, Caribbean Ecol. Research, 150 p. e 3 apêndices.
 

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